Como qualquer outro teste médico, os testes para detectar o coronavírus também podem apresentar resultados incorretos. Os falsos negativos são os resultados incorretos mais comuns.
Abaixo falaremos mais sobre os critérios de confiabilidade e os diferentes tipos de testes existentes no mercado.
Confiabilidade do teste de COVID
3 aspectos precisam ser observados quanto à precisão dos resultados: a acurácia do exame, a prevalência da doença e o período de incubação.
Acurácia do teste de COVID
A acurácia é medida pela sensibilidade (detectar o vírus ou anticorpos quando eles realmente estiverem presentes) e especificidade (confirmar a ausência do vírus ou anticorpo quando eles realmente estiverem ausentes) do exame. Nenhum teste é 100% sensível e 100% específico. Por isso, quanto maior a acurácia, maiores as chances dos resultados não apresentarem dados incorretos.
Prevalência da doença na região ou país
O número de casos circulantes da doença influencia na confiabilidade do teste. Baixas prevalências tendem a estar associadas a baixos níveis de reprodutibilidade. Já locais em que a COVID-19 esteja mais disseminada apresentam chances maiores do teste ser verdadeiro-positivo.
Período de incubação
Avalia-se a carga viral da doença. O período de incubação e início dos sintomas podem variar entre 7 e 14 dias. Nos primeiros dias, há nenhum ou poucos sintomas pela baixa carga viral. Depois disso, há o período de maior carga viral no corpo, aumentando a chance dos testes relacionados à detecção de vírus identificarem o agente. Posteriormente, os anticorpos começam a surgir, aumentando a chance dos testes sorológicos identificarem a doença.
Tipos de teste da COVID-19
Quais são os diferentes testes para detectar o coronavírus? Quando fazer? Em que momento?
Saiba agora
PCR
O RT-PCR, ou teste molecular, é o exame que identifica o vírus e confirma a doença.
Eles identificam se há ou não material genético do vírus circulando no corpo.
As amostras são coletadas através de swabs (cotonetes) que colhem secreção do nariz ou da garganta.
É o teste indicado para os casos mais graves, especialmente na 1ª semana do aparecimento dos sintomas.
Tem maior precisão, em torno de 90%.
O resultado costuma sair entre 12 horas a 3 dias.
Sorologia tradicional
O testes de anticorpos, ou sorologia, é o exame que verifica a resposta imunológica ao vírus pela presença de anticorpos IgM e IgG. os anticorpos IgM e IgG são produzidos no pico da infecção e depois que o paciente foi curado, respectivamente.
É feita uma coleta de sangue ou secreções do nariz e garganta a partir da 2ª semana de infecção.
O resultado positivo é o que detecta se há uma quantidade mínima dessas moléculas no corpo do indivíduo. Se o valor for inferior, o vírus não é acusado.
Para a detecção da doença, não é recomendado para casos mais “leves”, ou para pacientes assintomáticos.
Teste rápido sorológico de farmácia
O teste rápido de sorologia, ou imunocromatográfico, é realizado com sangue capilar obtido por punção digital. São testes rápidos, cuja maior vantagem é oferecer o resultado quase instantâneo. São fáceis de operar e transportar, porém a OMS não recomenda o seu uso na clínica médica, porque o diagnóstico de anticorpos só é possível na fase de recuperação, o que pode ser tarde para uma intervenção clínica ou interromper a transmissão da doença.
Segundo estudo feito pela Cochrane, a sensibilidade na detecção dos anticorpos através dos testes rápidos para o Coronavírus, quando realizados até 7 dias do início dos sintomas foi de 30,1%. A partir de 8 e até 14 dias, 72,2%. Entre 15 e 21 dias, 91,4%. Acima de 21 e em até 35 dias, 96%.
Se você está preocupado em saber se o seu teste tem um resultado preciso ou um falso negativo, a resposta é: confie no seu médico.
Os testes são apenas uma das ferramentas que os profissionais de saúde utilizam para fazer um diagnóstico.
A prevenção é a melhor medida. Higienização constante das mãos com água e sabão ou álcool 70%, uso de máscara e medidas de distanciamento social ainda são a forma mais eficaz de combater o coronavírus.