Quando pensamos em evolução tecnológica, pensamos automaticamente nos celulares, computadores, videogames e televisores melhores do que tínhamos 10 anos atrás. Mas a verdade é que todas as esferas de nossas vidas são beneficiadas por ela.
A área da saúde é uma das privilegiadas, desde acessar o resultado do seu teste de COVID pelo seu smartphone até cirurgias neurológicas extremamente complexas.
E as salas cirúrgicas inteligentes estão na ponta desse avanço.
Salas cirúrgicas inteligentes: o que são?
As salas cirúrgicas inteligentes, ou salas cirúrgicas integradas, são aparelhadas com equipamentos integrados, para ter melhor performance no centro cirúrgico. É possível acessar, em tempo real, os dados atualizados do paciente de maneira digital. Importante observar que é um grande benefício para todos: os pacientes, que passam por procedimentos mais assertivos e com menos chances de erro, para a equipe médica e de enfermagem, que têm a facilidade de acessar todos os dados e exames através das telas, além do trabalho reduzido e menos riscos de contaminação, e a instituição, que passa a ter menos gastos com internação desnecessária, armazenamento analógico de dados, desfalques na equipe por motivos de doenças, além de ter maior rendimento das salas. Como o centro cirúrgico é o setor mais crítico de um hospital, esse investimento é vital.
Marcelo Vallim, gerente de produtos cirúrgicos da Steris América Latina, explica que “As salas convencionais funcionam como uma ilha. A sala inteligente, por outro lado, faz parte dos processos do hospital justamente porque é integrada por meio das tecnologias que nela estão presentes. Em uma sala de cirurgia tradicional, é necessário trazer todos os exames impressos para o procedimento. Com a sala inteligente, há a conexão com os softwares e aplicativos que controlam a gestão de imagem do paciente e, imediatamente, antes ou durante o procedimento, é possível acessar o servidor remoto da instituição para trazer as informações mais atuais”.
Vantagens de ter uma sala cirúrgica inteligente
As vantagens são infinitas: melhor estrutura ergonômica, imagens distribuídas na sala, gravação em alta resolução, anexar imagens da cirurgia ao prontuário eletrônico do paciente, vídeo-transmissão e teleconferência, entre outros. Abaixo detalhamos os principais pontos:
Acesso a dados
Em tempo real, um grande volume de dados assistenciais do paciente ao alcance de um dedo. O Dr. Jefferson Klock, diretor executivo da Rede D’Or, ressalta que “A sala em si promove a integração das informações, dando maior conveniência ao médico em procedimentos que requerem a visualização de um grande volume de exames pré-operatórios. No transoperatório, esse tipo de sala mostra maior vantagem pela disponibilização das informações de forma mais dinâmica, podendo reduzir o tempo cirúrgico”.
Menor tempo de cirurgias
Mais cirurgias podem ser realizadas em menos tempo. Os equipamentos podem salvar a configuração que cada cirurgião prefere usar, sem necessidade de reconfiguração a cada nova cirurgia. “Tendo demanda, o hospital pode conseguir aumentar a receita, pois passa a fazer cirurgias de forma mais rápida e controlada”, diz Banevicius.
O Dr. Daniel Bonini, enquanto foi superintendente da Santa Casa de São Carlos, foi responsável pela implementação de uma sala cirúrgica inteligente no hospital e explicou o porquê: “Se a equipe médica consegue fazer o trabalho mais rapidamente, o tempo de hospitalização também diminui. Com isso, a expectativa é de que o hospital consiga aumentar a rotatividade dos leitos e assim aumentar em torno de 20% o número de cirurgias.”
Benefícios para o paciente
Procedimentos mais seguros e precisos, menos invasivos, que levam menos tempo. Afinal de contas, o bem-estar do paciente é a prioridade da medicina.
Benefícios para o hospital
Maior rotatividade nos procedimentos cirúrgicos devido a sua ergonomia e customização para fácil limpeza e reorganização dos equipamentos para o próximo procedimento.
Imagens em tempo real
Uma das possibilidades das salas cirúrgicas inteligentes é poder realizar exames de imagens, como tomografia ou ressonância magnética de dentro da própria sala, em tempo real.
Dados precisos, em alta resolução
Os centros multimídia das salas, que são as inúmeras telas interligadas em alta resolução, facilitam o acesso a informações e a precisão do trabalho da equipe. “O anestesista, por exemplo, pode ter uma tela própria para verificar o abdômen do paciente, identificando se há algum sangramento”, explica Dr. Sérgio Arap, gerente médico do Sírio-Libanês.
Transmissão dos procedimentos
Os procedimentos podem ser transmitidos com o objetivo de difundir conhecimento na área cirúrgica, seja por vídeo ou teleconferência. Pode ser usado por alunos dos cursos de medicina e enfermagem, durante congresso e seminários e até para consultar um colega cirurgião durante o procedimento: “O cirurgião pode discutir o caso com outro cirurgião, até mesmo de outro hospital, mostrando a imagem da cirurgia e perguntando a opinião dele sobre a conduta ideal para aquele paciente”, diz o Dr. Sérgio Arap.
Onde encontrar salas cirúrgicas inteligentes no Brasil?
O Hospital Monte Sinai, em Minas Gerais, apostou nessa tecnologia e atualmente conta com 5 salas inteligentes, mas a expectativa é de chegar a 13. O Copa Star, hospital da Rede D’or no Rio de Janeiro, possui 2 centros cirúrgicos inteligentes, e, das 11 salas cirúrgicas que dispõem, 2 são para Day Clinic e todas as outras 9 são inteligentes. O Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, tem à disposição 2 salas cirúrgicas integradas. A Santa Casa de Misericórdia de Passos, também em Minas Gerais, inaugurou a sua primeira sala inteligente ano passado.
Esses são apenas alguns dos hospitais que já implementaram as melhorias das salas cirúrgicas inteligentes.
Não há um padrão de como a sala cirúrgica inteligente deve ser montada. Cada hospital deve avaliar as suas necessidades. O projeto deve analisar a forma, as demandas, os espaços e como as salas serão inseridas. Paulo Banevicius, diretor de Soluções Integradas da GE Healthcare América Latina, em entrevista recente, disse que “Não há uma fórmula. Existem na saúde grupos gigantescos e grupos pequenos, como hospitais periféricos, com outra necessidade de equipamento, ou seja, os dois vão consumir diferentes tecnologias para seus sistemas cirúrgicos”.
As salas cirúrgicas inteligentes são o melhor investimento em centro cirúrgico que um hospital pode (e deve) fazer. A expansão de serviços médicos que melhoram a reputação, redução da duração dos procedimentos, uso multidisciplinar econômico de recursos estratégicos, flexibilidade para aumentar o número de procedimentos minimamente invasivos e menor permanência do paciente, resultando na satisfação do paciente e geração de receita – os motivos falam por si.
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