Home Care é uma expressão de língua inglesa, cuja tradução literal seria ‘cuidados em casa’. É a assistência à saúde em domicílio. Diversos profissionais de saúde fazem parte da rede do home care, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, técnicos de laboratório e, na linha de frente, os técnicos de enfermagem. Saiba mais sobre home care, os benefícios e os desafios.
O que é Home Care?
O home care é a manutenção dos cuidados com a saúde do paciente após a alta hospitalar. Pode ser transitório ou permanente. Através dele, o paciente pode retornar ao ambiente familiar, enquanto recebe suporte à sua condição de saúde.
A indicação do home care costuma ser do médico que acompanha o paciente rotineiramente ou do responsável durante a internação hospitalar. Em casa, o paciente recebe consultas, exames, aplicação de medicamentos, curativos, sessões de fisioterapia/fonoaudiologia e, nos casos mais graves, internação domiciliar. Mas em geral a modalidade mais utilizada é a ambulatorial, para pacientes com doenças crônicas ou baixa mobilidade.
Home Care no Brasil
No Brasil, cada vez mais pacientes têm usado o serviço de home care. Em 2014, o serviço atingiu a marca de 1 milhão de brasileiros em assistência domiciliar, de acordo com os dados do Núcleo Nacional das Empresas de Serviço de Atenção Domiciliar (NEAD).
Embora não seja parte do rol de procedimentos de cobertura mínima obrigatória da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), são cada vez mais frequentes os entendimentos da Justiça de que o paciente tem direito à cobertura desse serviço.
Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), esse atendimento é prestado pelo Serviço de Atenção Domiciliar (SAD).
O Senado Federal orienta que os critérios da Associação Brasileira de Empresas de Medicina Domiciliar (ABEMID) e a NEAD sejam os adotados para determinar a elegibilidade de um paciente para o home care. Nutrição por gastrostomia, traqueostomia com ventilação mecânica e dependência total de cuidados diários são as condições mais recorrentes entre os pacientes assistidos pela internação domiciliar no Brasil.
Internação domiciliar
A internação domiciliar ocorre quando o paciente tem uma doença grave ou que requer cuidados contínuos em tempo integral, mas tem condições de alta hospitalar. Para tal, toda uma estrutura é necessária, com equipamentos de suporte de vida e monitoramento remoto, além de atenção continuada.
Entre os possíveis cuidados requeridos, estão: plantões de técnicos de enfermagem e cuidadores 24h/dia, visita médica, equipe multidisciplinar para trabalhar na reabilitação, supervisão de enfermagem e materiais, insumos, medicamentos e equipamentos e mobiliários próprios.
Benefícios do Home Care
O home care pode ser muito benéfico tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde e hospitais.
Para as unidades de saúde e hospitais, a redução de custos é bastante significativa, uma vez que a manutenção dos cuidados com os pacientes crônicos demanda altos investimentos financeiros. Estando o paciente estável, ele pode continuar a sua reabilitação em home care. Assim, haverá mais vagas para pacientes em estado mais grave.
Para os profissionais de saúde, há a vantagem de trabalhar em um ambiente mais tranquilo, além de haver menor exposição a agentes infecciosos. Há também o fator humano, onde é possível acompanhar mais de perto e individualmente a recuperação do paciente.
Por fim, o elemento mais interessado, o paciente. São inúmeras as vantagens, como poder se recuperar em casa, com mais conforto, sem riscos de contaminação cruzada e infecções hospitalares, com uma rotina menos atribulada como a de um hospital. O cuidado é individual e humanizado, levando exclusivamente em consideração as necessidades, rotina e limitações do paciente. Em alguns casos, há também a companhia de familiares, que dão suporte na parte emocional do tratamento.
No tangente a cuidados paliativos domiciliares, há estudos que apontam melhoras nos sintomas dos pacientes – sobretudo os oncológicos.
Desafios do Home Care
Embora os benefícios sejam muitos, também o são os desafios. O primeiro é entender o limite entre as tarefas desempenhadas pelo profissional de saúde e as de responsabilidade do cuidador. Muitos pacientes e familiares não sabem quais são as atribuições de cada profissional.
A falta de investimentos nesse setor também podem ser um obstáculo, que resulta em equipamentos e infraestrutura inadequada, profissionais de saúde sobrecarregados e pouco capacitados, cuidadores despreparados e dependentes…
Pode haver também as limitações no atendimento ao paciente, que, diferente de quando está em uma unidade de saúde, não tem à disposição equipes multidisciplinares.
A falta de legislação formal e órgãos de controle também são desafiadoras. Inscrição no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), por exemplo, não são necessárias para as empresas que trabalham com Home Care.
O mais urgente é a padronização nos serviços, regulamentação do serviço e inclusão no rol de procedimentos obrigatórios da ANS.