Em 2021, o assunto mais comentado no mundo é a vacina contra a COVID-19. A todo instante surgem notícias, estudos e novas vacinas, e a maioria das pessoas pode ficar confusa com tantas informações. Então, é natural que surjam dúvidas e curiosidades sobre o assunto.
Hoje, vamos explicar sobre os tipos de vacina e como elas funcionam.
Como as vacinas funcionam?
Para entender o funcionamento das vacinas, primeiro precisamos aprender como uma infecção acontece no organismo.
As células de defesa do nosso corpo estão em estado de constante alerta para nos defender de micro-organismos como vírus, bactérias, parasitas ou fungos.
Quando uma infecção começa pela primeira vez, as células ativam instantaneamente uma defesa genérica e atacam com as armas que possuem, até que consigam “ler” o agente causador da infecção e desenvolver defesas especiais, específicas, sob medida, para atacar o agente. Essas defesas especiais são os anticorpos. Leva de alguns dias a semanas para o sistema imunológico estar adequadamente preparado para combater a infecção.
Infecções simples – como o resfriado comum – são combatidas pelos anticorpos no período de 4 a 7 dias. Mas algumas vezes, a infecção é tão intensa e rápida, que o sistema imunológico não consegue combater a doença. E é aí que entra a vacina.
Funcionamento das vacinas no organismo
A vacina engana as nossas células de defesa, estimulando uma resposta do sistema imune e criando no organismo uma “memória” de uma doença específica, sem causar essa doença.
A maioria das vacinas contém vírus ou bactéria, geralmente causadores de alguma doença, na sua totalidade ou parcial. Introduzida no organismo, ela provoca a produção dos anticorpos, que é chamada de antígeno.
Ao sermos vacinados, o nosso sistema imunológico classifica o antígeno como um corpo estranho. E ele se comporta como se estivéssemos de fato doentes: cria anticorpos para curar a doença que o antígeno causaria. Então, se e quando pegarmos de fato a doença para a qual fomos vacinados, a “memória” é ativada e os anticorpos agem rapidamente.
Tipos de vacina
Há maneiras diferentes de se desenvolver uma vacina. Seja utilizando um vírus ou bactéria inteiros, ou as estruturas que ativam o sistema imunológico, e ainda usando apenas o material genético, e não o vírus inteiro.
Vacina com vírus vivo atenuado
O vírus dentro da vacina está vivo, mas tão enfraquecido, que não é capaz de nos atacar. Os antígenos para sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela e herpes zoster são alguns exemplos de vacina com vírus atenuado.
Vacina inativada
O vírus ou a bactéria está morto ou inativo, geralmente através dos processos de radiação, calor ou uso de produtos químicos. Mas mesmo assim, as células de defesa criam anticorpos para ele. São as vacinas para gripe, poliomielite e a CORONAVAC, do Instituto Butantan/Sinovac.
Vacina com vetor viral
Aqui, um vírus seguro, que não causa doença nos humanos, é usado como vetor. Subpartes do patógeno são inseridas nesse vírus, e desencadeia a resposta imunológica. As vacinas contra a COVID-19 da FioCruz/Oxford/Astrazeneca, Janssen e Sputnik V são de vetor viral.
Vacinas genéticas ou com subunidades
A vacina genética, ou de ácido nucleico, usa um fragmento do DNA ou mRNA no antígeno. Esse fragmento consegue fornecer instruções muito específicas às nossas células de defesa. Essa é abordagem mais nova, até a pandemia da COVID-19, nenhuma vacina desse estilo havia sido aprovada. As vacinas da Pfizer e Moderna são de ácido nucleico.
A vacina com subunidade usa apenas as partes específicas (as subunidades) de um vírus ou bactéria que o sistema imunológico precisa reconhecer. A maioria das vacinas aplicadas nas crianças são de subunidade, como coqueluche, difteria, meningite meningocócica e tétano. E a Novavax também.
Quantas doses da vacina da COVID-19 são necessárias?
Cada imunizante apresenta um número de doses e um intervalo de tempo específico. Veja a seguir as especificações das vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil:
- Coronavac: 2 doses, com intervalo de 2 a 4 semanas;
- Pfizer: 2 doses, com intervalo de 12 semanas, por recomendação do Ministério da Saúde;
- Astrazeneca: 2 doses, com intervalo de 12 semanas;
- Janssen: 1 dose única.
No Brasil, a vacinação foi a responsável por erradicar doenças como a varíola, totalmente aniquilada desde 1980, e a poliomielite (paralisia infantil). A imunidade geralmente dura anos, ou toda a vida.
Vacine-se, faça a sua parte.